quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Primeira trilha

No dia 12 de janeiro deste ano, ocorreu um trilhão na cidade de Santo Amaro/BA, onde costumo fazer minhas trilhas. Na data, a moto não estava com o motor em perfeito funcionamento, pois, como comentei anteriormente, estava consumindo óleo excessivamente. Não foi possível quantificar esse excesso, pois, até então, eu só havia dado algumas voltas com a moto, tendo como indicativo apenas o volume de fumaça produzida. Apesar do conselho de uns poucos, mas com o aval do gerente da assistência técnica, resolvi encarar o evento, visto que o risco seria de haver consumo de óleo suficiente para causar maiores danos ao motor. Assim como ocorreu na minha decisão de comprar, ocorreu na minha decisão de participar do trilhão - apostei pensando em dar tudo certo (leia-se: "seja o que Deus quiser!"). Na verdade, eu estava muito ansioso pela chegada do evento, diante dos quase 4 anos sem fazer um trilha sequer. Daí, nem foi difícil fazer a escolha. Como diz o ditado: "começo de briga é empurrão". Bastou o gerente da assistência avalizar que ficou tudo mais fácil.

O percurso, segundo os organizadores, foi "levantado" para durar aproximadamente 3 horas, sem parar. Teve de tudo: trilhas leves, trilhas travadas, estradões, alguns charcos, riachos, atoleiros, subidões travados e descidões intermináveis, ou seja, teve diversão para todos os gostos. Apesar de não achar o trajeto longo, a falta de preparo físico, agravado pelo traquejo que perdi com o tempo parado, me fez desejar que terminasse o quanto antes. Confesso que sofri um pouco. Do meio para o final, eu já estava sem mão, sem braço, sem perna, sem fôlego, sem graça... Minha tocada passou a ser no ritmo de "uma caminhada no parque". Ao contrário da X2, quem não aguentou fui eu. Por falar nisso, com exceção do paralama traseiro partido, em decorrência de uma decolada na qual a moto aterrissou sobre a peça, não identifiquei nenhum problema novo. Não havia, sequer, um único parafuso a ser apertado. O motor estava funcionando com a mesma suavidade, sem qualquer ruído suspeito ou perda de força. Ao verificar o nível de óleo do motor, o mesmo estava entre o mínimo e o meio da vareta, ou seja, ainda dentro da margem segura. Se considerarmos que 3/4 do tanque (de 6,5L) foi consumido, é correto afirmar que muito óleo foi queimado na câmara de combustão. Em breve saberei o motivo disso e publicarei aqui no blog.

Apesar de achar cedo para falar da qualidade e durabilidade dos materiais, só senti falta de  força do motor, pois suspensão ela tem o suficiente para corrigir tudo. Cometi alguns erros (mais do que de costume, devido ao cansaço e ao "ferrugem") e ela me colocou no lugar certo facilmente. Cheguei a dizer "eita po***!!! fu***!!!" algumas vezes e ela fez seu trabalho, acima de qualquer crítica minha. Seja em pedra, em erosão, em barranco, raiz ou tronco, em nenhum momento me transmitiu insegurança ou demonstrou limitação. Muito pelo contrário, me senti bastante seguro. Notem que não falei em preparação alguma, ou seja, são as configurações originais de fábrica. Mesmo assim, falar em final de curso, pelo que reparei, é algo improvável para mim! Acho que, com meu nível de pilotagem, seja bem difícil de conseguir tal façanha. Também não vou entrar no mérito do conforto, pois creio que isso seja questão de tipo de óleo utilizado e regulagem na compressão.

Do motor, senti falta de torque, mas não tenho parâmetros para comparar, pois minha última moto foi uma 400cc e faz quase quatro anos que não fazia trilha. Apesar de já ter dado umas voltas de CRF230, nunca fiz uma trilha ou abusei. Em piso regular e tocada leve, a X2 parece levar vantagem, mas não dá para ser categórico. A situação na qual mais senti falta desse torque foi nas saídas de curva. Tive que fazer uso da embreagem ou redução de marcha mais do que eu queria. Na 400cc era só girar o acelerador que ela abria o leque. Saudades... Não foi surpresa para mim, pois eu já sabia que o desempenho do motor era algo bem limitado. Para mim, a relação 14/52T é muito curta, exigindo muita troca de marcha. Acredito que uma coroa menor deixaria a moto mais frouxa, ou seja, ou é assim ou mexe-se no motor/carburador.

O local do evento foi numa região muito quente e úmida do recôncavo baiano e, apesar dos atoleiros e alguns trechos bem travados, o motor não ferveu hora alguma. As avantajadas ventoinhas funcionam, mesmo! E não é toda hora!. Pelo menos, só notei que acionaram algumas poucas vezes e por pouquíssimo tempo.

Definitivamente, não gostei dos freios - são pouco (ou nada) progressivos - é triscou, pegou! O dianteiro até menos... Mas o traseiro... Não sei se foi devido à regulagem inadequada do amortecedor traseiro (a mola estava encolhida ao mínimo) que não estava firmando a roda ao solo como deveria, mas a perda de aderência foi uma constante - a roda, simplesmente, travava. Não sei, também, se foi o tipo de pastilha de freio adotada... Dúvidas...

Outro item de qual não gostei foi do tanque de combustível - achei um pouco largo na junção com o banco. Isso me causou um certo incômodo, certa estranheza, principalmente por me forçar a manter as pernas mais abertas do que eu já estava acostumado. Para mim, nos momentos em que foi necessário me projetar mais à frente, como num curva fechada, por exemplo, foi que senti maior desconforto. Não sei se é coisa para se acostumar ou mudar de estilo de pilotagem. Fato é que o pessoal da Shineray poderia ter escolhido outro fornecedor para o tanque.

Mesmo considerando prematuro falar sobre a qualidade, durabilidade e resistência dos materiais empregados, achei que o guidão é uma peça que mereça algum destaque. A moto já caiu parada, tomei umas três (ou quatro) quedas no trilhão e, mesmo com a decolada que quebrou o paralama traseiro, o guidão permaneceu intacto, como novo. Para um produto "sem marca" de origem chinesa, superou as minhas expectativas. Confesso que esperei por uma resistência menor e que seria um dos primeiro itens a serem substituídos.

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