quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Primeiras impressões

Em meu primeiro contato com a moto, a coisa que mais me chamou a atenção foi o tamanho, como um todo. Não só o comprimento, mas a altura, tanto a distância livre do solo, quanto da altura do banco. O entre-eixos é um exagero, o que acredito ser em decorrência do sistema de amortecimento derivado daqueles usados nas KTM 4T (que tem comprimento semelhante).

    
Distância entre-eixos 1.481mm
Distância entre-eixos 1.498mm


Tenho 1,77m de altura e, mesmo calçando botas de fora-de-estrada, não dá para tocar a planta dos pés no chão. Entretanto, é possível ter o mínimo de apoio para ter segurança, ou seja, não fico "sambando" em cima da moto em busca de firmeza. Ao sentar na moto, não há como não notar a largura do tanque. Para uma moto de trilha, achei excessivamente larga, na altura do joelho.



Em seguida, achei acima da média a qualidade do acabamento das suspensões dianteira e traseira, bem como da balança (em alumínio). Parecem produtos utilizados em motos das melhores marcas. O diâmetro dos amortecedores dianteiros e a dimensão do amortecedor traseiro são algo digno de nota. Tanto a dianteira quanto a traseira contam com sistema de regulagem de compressão e de retorno através de cliques.

Não me pareceu que o motor tenha recebido uma atenção especial quanto à sua apresentação, mas o que importa está dentro e isso não dá para avaliar tão facilmente. Não haveria como ser diferente, já que (supostamente) seja clone de um Honda da década de 80, alegadamente o mesmo que equipou a NX 250 Dominator (ou AX-1), produzida até 1990.
O funcionamento se dá de forma fácil, inclusive pela manhã. O som (que é música para meus ouvidos) do comando trabalhando é realmente muito agradável. O ronco - forte e grave - produzido pelo escapamento (que tem curva em inox e ponteira em alumínio) também me agradou muito.

Apesar da estética e do ronco bastante agradáveis, percebi um problema de vedação na ponteira do escapamento, que está permitindo a saída de gases pela sua base. Nada que um pouco de silicone de alta temperatura não resolva. Porém, com uma furadeira e alguns rebites, a solução é, de certa forma, simples. Me conformo com o fato de não terem utilizado solda...



Sobre os freios (dos reservatórios às pinças), acho que não se preocuparam muito com o acabamento. Não são grosseiros, mas deixam a desejar. A mangueira do dianteiro é revestida por malha de aço, e a aparência me despertou dúvida quanto à sua eficiência. Em relação aos discos, achei o acabamento um tanto quanto espartano, apesar do desenho até aceitável.

O acesso à caixa do filtro de ar (que é de espuma) se dá por uma tampa, à frente do numberplate lateral, ao lado esquerdo, presa por encaixes (o que não me passou muita segurança quanto à sua firmeza). A tampa da caixa do filtro, por sua vez, é fechada por um sistema de travas bem prático, que permite o encaixe de forma rápida e fácil. Já o processo de movimentação da tampa, através da abertura de acesso, exige uma certa paciência, em decorrência do reduzido tamanho desta última.

As rodas são de alumínio anodizado na cor bronze. Não chamaria de bonita nem de feia, mas de "diferente". Nesta mesma cor são também as mesas superior e inferior da suspensão dianteira.

O guidão é de alumínio, do tipo fatbar, com 22mm de espessura, na cor preto fosco, sem qualquer referência ao fabricante.

Um item que achei tosco, grosseiro, mal-acabo foi o par de pedaleiras. Parece que foi fundido por algum ferreiro na idade média. Feia, mesmo! Mas, dá a ideia de que está ali para aguentar muito peso. Os pedais de freio e de marcha são outros itens que não tem um acabamento muito bom (mas parece ser desse século, mesmo). Assim que puder, vou tratar de substituí-los.

Na carona das pedaleiras, outro item de qualidade duvidosa é o quadro. Achei as soldas mal acabadas e notei a presença de uns apêndices - de função desconhecida para mim - com arestas mal aparadas, a ponto de cortar as mãos dos desavisados, como eu. A parte inferior é uma peça distinta do quadro principal, presa a este por parafusos e feita de uma liga (que não arrisco supor qual) um tanto quanto porosa, numa cor que lembra o latão (na moto preta, ela também é preta). O sub-quadro tem uma aparência que remete ao alumínio, mas não posso afirmar com certeza. Apesar de ser uma moto nova, uma das roscas dos parafusos, que prendem o numberplate lateral esquerdo, estava parcialmente espanada, impedindo que o parafuso se firmasse até o fim.

Apesar de ter sido projetada com a intenção de ser utilizada no motocross, seu peso (~120Kg, a seco) e a largura do seu tanque são empecilhos para a prática desse esporte, restando a utilização nas trilhas como opção mais viável. Por suas características de moto de competição, não vem com chave de ignição e descanso lateral (mas, pelo menos, tem as roscas prontas para uma futura instalação). Assim, fica complicado deixar a moto longe das vistas e não dá para parar onde não houver um muro, poste ou árvore para apoiá-la.

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